quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

FILHO de Casão quer seguir passos do pai na Caldense



Casa do desenvolvimento de Casagrande como jogador antes de se tornar ídolo do Corinthians, a Caldense hoje abriga Symon Feliciano Casagrande, de 23 anos, filho mais novo do ex-centroavante. Confirmado entre os relacionados para o decisivo duelo da noite desta quarta-feira, no estádio Ronaldão, em Poços de Caldas, o goleiro reserva do time mineiro não esconde a vontade de dar passos semelhantes aos de Casão dentro do mundo do futebol, mas estabelece claras diferenças no seu pensamento político em relação ao do pai.
“Olha, sobre as ideias políticas eu sou o oposto do meu pai”, disse Symon, em entrevista concedida à Gazeta Esportiva, lembrando da atuação de Casagrande na época da Democracia Corintiana. Um dos líderes do movimento que defendia a liberdade individual no clube em meio ao período de Ditadura Militar no Brasil, no começo da década de 1980, o ex-centroavante é visto como alguém mais à esquerda no espectro político pelo filho.
“Por conta de a Democracia Corintiana ter tido uma relação com o PT (Partido dos Trabalhadores)”, justifica-se Saymon, dizendo ser adepto de algumas ideias do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do também deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), duas figuras políticas que fizeram ferrenha oposição ao governo da presidente Dilma Roussef (PT) até o momento do impeachment, em agosto do ano passado.
“Não sou fã do PT nem do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) e mais alguns. Prefiro uma política mais para a direita, mas não posso dizer que sou admirador dele (Bolsonaro) por achar que ele acaba indo para o extremo”, ressaltou o arqueiro, que, diferentemente do que fez e pregou o pai, descarta usar da visibilidade de ser um jogador de futebol para levantar qualquer bandeira das suas posições políticas. “Não quero levar isso para o futebol, não. É um assunto, pelo menos hoje, polêmico”, continuou.
Ex-estudante de administração na Universidade Presbiteriana Mackenzie, curso que está trancado e que o jogador ainda não desistiu de terminar, Symon se difere do pai também na preferência clubística. Santista, ele explica que começou a torcer para o Peixe ao ver a equipe da Baixada ser campeã do Torneio Rio-São Paulo de 1997, contra o Flamengo, no estádio do Maracanã.
“Todo mundo acha que eu virei santista por causa do Diego e do Robinho, em 2002, mas eu comecei a torcer nesse título. E depois reforçou quando o Edmundo foi jogar lá, sempre fui muito fã do Edmundo”, contou, sem esconder a motivação extra de encarar o Corinthians. “É mais gostoso por ser o maior rival da equipe que torcia na infância, então a vontade de vencer é redobrada”, afirmou.
Findadas as diferenças, o goleiro não escondeu a vontade de ter uma trajetória ao menos semelhante à do pai, destaque na temporada de 1981 pelo time mineiro, que ainda é bastante lembrada pelas ruas do município de quase 150 mil habitantes.
“Todo mundo fala como foi a passagem dele por aqui. Que ele é um dos maiores ídolos do clube e que fez um ótimo campeonato mineiro quando passou por aqui. Ele próprio me disse que valia a pena e que o lugar era bom”, informou, sem grandes passagens ao citar os papos com o pai quando soube que estaria no banco contra o Timão. “Não comentei nada muito importante, apenas que havia sido chamado para o jogo”, falou.
Fã dos italianos Buffon e Toldo, além do holandês Van Der Sar, tidos como ícones na sua posição, Symon mostrou confiança na possibilidade de avançar no torneio mata-mata, ainda que isso o coloque, mais uma vez, em lados opostos com relação ao pai corintiano. “Eu estou bem focado aqui, penso primeiro em ajudar a Caldense no estadual e a princípio fazer uma boa campanha na Copa do Brasil e na Série D”, encerrou.


  fonte gazeta esportiva

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